terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Apresentação do livro "A noite tem garras de seda" de Maria do Sameiro Barroso


No dia 19 de dezembro de 2013, pelas 21h, o Dr. Domingos Alves apresentará o livro "A noite tem garras de seda" de Maria do Sameiro Barroso, no Centro Cívico de S. Vicente, Braga.





segunda-feira, 23 de setembro de 2013

LOCAL.PT, 23 de setembro de 2013
























LINK para fotografias e notícia, no LOCAL.PT, da apresentação de "Luas de Gengibre" de Maria do Sameiro Barroso, em S. Vicente, Braga


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Texto lido por Dr. Domingos Alves na sessão de apresentação do livro "Luas de Gengibre" de Maria do Sameiro Barroso



Nem sempre se torna fácil, como a própria autora reconhece, a análise da obra poética de Maria do Sameiro Barroso, nomeadamente a sua mais recente, “Luas de Gengibre”, sobretudo para quem, de modo simples e singelo, mais não pretende do que descodificar aquilo que muitos consideram ser uma tarefa quase impossível: penetrar no âmago da verdadeira mensagem poética. Com efeito, o sujeito poético é um artista e, como tal, só ele – e verdadeiramente só ele – consegue desmascarar, digamos assim, o produto do seu ato criador e, às vezes, diria que nem mesmo ele… Ao crítico/analista, por conseguinte, apenas sobra o apelo consciente e honesto do recurso à sensibilidade poética de que for capaz e que em todos e cada um de nós por certo existe. 

Mais do que o enquadramento literário numa qualquer escola ou movimento modernista, a poesia de Maria do Sameiro Barroso, em “Luas de Gengibre”, como em outras obras suas, pode considerar-se como” uma poesia de rutura”, nas sábias palavras de Teresa Rita Lopes. Poesia de inspiração oriental, onde é bem manifesto o simbolismo de palavras que chamam outras, numa relação pouco comum, mas ainda assim irmanadas num singular contexto melódico.

Marcada pelo surrealismo e expressionismo alemães (movimentos que mais a influenciaram), a poesia de Maria do Sameiro Barroso não deixa, mesmo assim, de seguir um itinerário bem pessoal e, por isso mesmo, jamais subjugante. De poesia luminosa voltada para a natureza, e por vezes percorrendo também a noite e as trevas, mas sempre com o regresso marcado ao iluminismo, ao sol que aquece, ilumina e dá vida, a autora é, de facto, uma pessoa muito solar! “A luz absorve-me / De tudo o que é vivo me impregno”… “A aurora filtra-me por entre os seus xailes de seda”… (pág. 9). E ainda que diga que “com trevos da noite me cobri” / das poções da morte, bebi”… (pág. 22) é, todavia, nas montanhas que se ouvem tordos / cantores, / as torres mais altas libertando / os itinerários de luz.” (pág. 23.)

Torna-se, pois, evidente uma espécie de solidariedade antagónica quando o sujeito poético não hesita em afirmar: “Convivo com a noite, com os segredos / Convivo com a luz, e com os seus antídotos / por entre cisnes, cavalos, corvos celestes…” (pág. 33).

Também o elemento aquático assume primordial importância em “Luas de Gengibre”, como se pode ver logo no 1.º verso do primeiro poema: “O mundo começou na aurora aquática”… Elemento fundamental da vida, a par da terra, do fogo e do ar, é na água e nos sonhos, como muito bem salienta Alfredo Pérez de Alencart, poeta de Salamanca, que o sujeito poético encontra a melhor ancoragem para proteger o seu perfil de todas as ignições banais: “Ecoam as palavras pela água, os astrolábios / os relógios de sol / as clepsidras gotejando, na senda das palavras / e dos trevos”… (pág. 8). E também: “Os rios nunca deixam de correr porque precisamde inundar o corpo, o sangue” (pág. 24); ou, finalmente ainda, nesta bela referência clássica, igualmente uma das grandes fontes de inspiração poética de Maria do Sameiro Barroso: “As ninfas, que poalha as tece? / que olhar as define? / Na orla dos mares e dos rios, assomam / nereidas, náiades, corpos transparentes…” (pág. 30).

A propósito, não resisto – até pelo gosto que a autora nutre pela cultura, nomeadamente a clássica – de citar um pequeno texto da sua autoria, aliás bem recente, inserto no suplemento Cultura do “Diário do Minho” (de 04-09-13), a propósito de uma taça de prata romana descoberta em 1979 nas Termas Romanas do Alto da Cividade, verdadeiro “ex-libris” do Museu D. Diogo de Sousa, segundo a opinião abalizada do arqueólogo Rui Morais: “Os objetos arqueológicos sempre foram para mim objetos poéticos, em seu estado natural que ampliam e dilatam a nossa identidade antiga, descodificam o seu quotidiano, transformam-nos em seus espetadores, sugam-nos para dentro da sua vivência íntima e telúrica. Testemunhando o culto e os rituais da morte, aspiram-nos para as suas fendas, cobertas pelas suas múltiplas feridas que aclaram a vida e o silêncio, deixando-nos antever o mistério das essências mais puras. A arqueologia é uma espécie de autópsia gigantesca que brilha na grande noite dos seus órgãos esquecidos.”

Voltando agora às “Luas de Gengibre”, nestas “trinta perlas capturadas en las aguas de sus sueños más reales o de experiencias que resucitan, a fuego lento, desde la gran temperatura de su corazon” (pág. 5) – acabei de citar as primeiras linhas do prefácio de Alfredo Alencart –, não podia deixar de referir a profunda e sincera evocação de uma vivência amorosa muito intensa que percorre vários títulos de “Luas de Gengibre” e onde, curiosamente, marca presença frequente o elemento aquático, numa relação eu/tu, a que não podemos ficar indiferentes: O amor é lodo entumescido (pág. 10); nas águas, as palavras de um amor desprendem-se / no estranho sabor das lágrimas (pág. 10)…; O teu corpo era o paradigma das águas luminosas (pág. 11); no entanto, Do outro lado das montanhas, as palavras / disfarçavam já armadilhas rigorosas…” (pág. 13), mesmo vivendo o primeiro amor (pág. 15) de um tempo que era precioso e único / no teu rosto imenso e breve… (pág.15); Olho, como tu, as manhãs, os riosas mãos que escrevem. / Aguardam-te os famintos animais, / um beijo contido nas horas. / Na carqueja do silêncio, recordas ainda / um pedaço de pão comido no céu.Nele guardas um gesto puro, / um som inquieto, um murmúrio de mar. / Outrora, antes da cinza nos corroer, / traduzíamos as águas, as quimeras, / sabíamos das montanhas, das águias, / da terra e da sua sábia singeleza / das montanhas…” (pág. 17). Evocação de um amor que, infelizmente, até parece não ter dado certo, mas que se recorda talvez, apenas, com uma saudade algo envergonhada, mas nem por isso menos inevitável.

E a evocação amorosa como que desagua as suas mágoas no poema “Penas de Pavão” (pág. 34): Durmo na recordação da tua bocasobre a minha./Como açúcar rosado, a tua língua,/ o teu abraço,/ as tâmaras dulcíssimas. / Durmo abraçada a ti, na recordação / guardada numa noite de chuva. / Durmo sobre o que resta das noites/ eternas. / Sobre ti dormem os moinhos do tempo / os cristais verdes, a boca rubra, / a sede infinita. / Durmo na cinza acesa do passado. / Esqueço-te e esqueço-me. / Entre rizomas lenhosos na forma / das letras que envolvem o céu / as raízes dispersas reúnem-se / nos campos infinitos,e os olhos descansam / em penas de pavão.

Nada mais resta, pois, senão a nostálgica recordação das coisas boas, e o esquecimento possível de um passado algo frustrante e doloroso.

Uma outra característica da poesia de Maria do Sameiro Barroso é, sem dúvida, a importância, diria mesmo: o severo respeito, que à autora merece o termo Palavra. De novo passo a citar o que diz Alfredo Alencart: “Lo suyo es PALABRA que funda su domínio amputando burdas retoricas, inocências fingidas a que nos tienen acostumbrados, fogonasos estériles puestos en verso…” (pág. 5). Vejamos, então, alguns exemplos: A luz absorve-me. / De tudo o que é vivo me impregno. / A aurora filtra-me por entre os seus xailesde seda. / Bebo o elixir das palavras, / quando o silêncio resvala / e os crisântemos afagam a estrela / que se desnuda no centro prateado / da noite das esfinges. (pág. 9); Do outro lado da sombra, as palavras / disfarçavam já as armadilhas rigorosas… (pág. 13); Os rios nunca deixam de correr porque precisam / de inundar o corpo, o sangue, os violinos de mármore, / as estrelas que não pulsam. / As palavras são seres esdrúxulos onde os rios bebem. / Por elas, me apago, me acendo. (pág. 24); São ágeis as palavras, talhadas nas pedreiras negras, / lembram loureiros frios, brancas avenidas,rebanhos que ordenho entre emboscadas de luz. / É lá que roubo o corpo aos anjos, confisco-lhes / a aura, o sangue, depois embriago-me / no segredo exangue do seu mais puro veneno. / São ágeis as palavras, como brancos loureiros,talhados na urze. / É nelas que descubro o teu segredo, / perscruto a sombra, degluto as poções / negras. / Depois, lavo o meu cérebro na luz das tuas mãos, / dispo-me do tempo, percorro o céu, / o mar, de novo envergo o sol / e envolvo-me na roupagem quente / de amoras, arco-íris, / digo os frutos que têm o teu sabor, / o meu sabor, / e digo os teus lábios, cálices rubros, / prelúdios de orvalho, veludo da manhã. (pág. 28). É, pois, nesta sequência de referências, que simultaneamente nos manifestam sentimentos, desabafos e paixões, que surge, em “Luas de Gengibre”, a decisiva importância da Palavra, como verdadeiro aglutinador de todos eles. Daqui resulta, naturalmente, uma linguagem decantada, retilínea e firme, com frequentes antíteses/oxímoros, para além de assíndetos e polissíndetos, e que a tornam ainda mais cumulativamente assertiva, bem ao contrário de muitas outras que não resistem à fácil tentação das “igniciones banales”, para de novo citarmos Alfredo Alencart.

Não obstante a mundividência temática dos versos de Maria do Sameiro Barroso, resultante não só da sua inspiração poética, como também da sua profissão de médica — que neste caso mais parece funcionar como “pausa/alívio” das suas preocupações interiores – a força da palavra constituirá sempre, e por certo, uma das imagens de marca da sua poesia: Numa praia deserta, o crânio rebocado / pelos abutres arrasta pensamentos, pálpebraspesadas. / Os ouriços do mar preenchem as suas órbitas / descarnadas. / Só os cadáveres inteiros são presa dos astros. / Aqui, os pedaços de cérebros despedaçaram-se, / há muito nas falésias do sono. / Há muito, os pedaços de céu soçobraram,despenhados nas ondas. / Tudo se resgata, no entanto, nas fileiras / da noite… (pág. 21).

Os termos são, por vezes, de um realismo bem duro e, de algum modo, até reveladores de uma certa fragmentação quase psicótica de estranhas sensações em que, por vezes, o sujeito poético se deixa conscientemente enlear… Tal como para Urbano Tavares Rodrigues, recentemente falecido, também para Maria do Sameiro Barroso ter “amor à palavra, é ter amor à vida”.

Para finalizar esta pequena reflexão, e tendo ainda em conta o caráter de certo modo autobiográfico de “Luas de Gengibre”, permitam-me que vos cite o que, a propósito, recentemente dizia a professora Lisete Henriques, numa bela recensão de “Luas de Gengibre”: “«As Luas de Gengibre» levam-me a refletir sobre a Beleza e a profundidade desta Poesia substantiva em que a inteligência dos sentidos espelha e transmite emoções e nos envolve, porque abrange a Plenitude da Vida”. E como igualmente bem lhe assenta o que há milénios já dizia o grande poeta latino Horácio na sua famosa “Arte Poética”: “Non satis est, pulchra esse poemata; dulcia sunto et, quocumque uolent, animum auditoris agunto” (não basta que os poemas sejam belos: força é que sejam emocionantes e que transportem, para onde quiserem, o espírito do ouvinte). Já lá vão também quase dois mil anos, e assim proclamava o famoso poeta, filósofo e dramaturgo Públio Terêncio: “Homo sum: nihil humani a me alienum puto…”, que podemos traduzir mais ou menos da seguinte maneira: “sou homem, e nada do que é humano me é estranho” – ou ainda talvez melhor: ”sou homem, e nada do que é humano me é indiferente. Que bela máxima intemporal, certamente tão do agrado de Maria do Sameiro Barroso e da mensagem poética que nos apresenta nas suas “Luas de Gengibre”!



Notas bibliográficas:

– “Arte Poética” – HORÁCIO; Clássicos Império; Edição bilingue; Introdução, Tradução e Comentário de R.M. Rosado Fernandes, da Faculdade de Letras de Lisboa; 3.ª edição; Editorial Inquérito, Limitada; Lisboa, 1984.

– “As Vindimas da Noite” — BARROSO, Maria do Sameiro; Ed. Labirinto; Amarante; Maio de 2008.

– “Luas de Gengibre”- BARROSO, Maria do Sameiro; Ed. Labirinto; Amarante; 2013



Braga, 19 de Setembro, de 2013.

Domingos Alves


Texto lido por Alice Macedo Campos na sessão de apresentação do livro "Luas de Gengibre" de Maria do Sameiro Barroso


Maria do Sameiro Barroso criou neste livro um mundo começado na “rosa de metal nascida a oriente” (pág. 7), que me faz pensar num lugar único, singular, habitado pelas “luas de gengibre”, que são título do poema contínuo que nos é dado ler. Trata-se, portanto, de uma dádiva, que acolho gratamente.

“Na senda das palavras” (pág. 8), a autora evoca Camões, relembrando as viagens que levaram Portugal ao mundo e deram mundo a Portugal. Pleno de versos líquidos e solares, o poema aproxima, deste modo, os dois mundos, oriente e ocidente, fazendo-me acreditar que também eu poderei alcançá-los.

“A luz absorve-me”, diz a autora em “Caligrafias Nocturnas” (pág. 9). A imagem que estas palavras projectam é de grande serenidade e esperança. A leitura é deveras tranquilizante, faz-me respirar outro oxigénio diferente do que me rodeia, que na verdade é já o oxigénio que as palavras do livro transpiram.

Esta viagem emocional que “Luas de Gengibre” nos proporciona é um momento de elevação; o nosso espírito está deserto e, lentamente, é povoado de sons, o ambiente do poema é melodioso e carismático, provocando-me uma espécie de saúde mental.

“O teu corpo era o paradigma das águas” (pág. 11). Pela primeira vez no poema, surge a segunda pessoa do singular. O mundo foi-nos descrito e agora surge o elemento humano que pode enfim transformá-lo em verdade. Digamos que, da metáfora até aqui criada, a autora uniu, através do cordão umbilical das palavras, o mundo ao corpo, diminuindo ainda mais a distância entre o livro e o leitor. Neste momento, já me sinto inteiramente contextualizada neste livro, pois é ao ‘meu’ próprio corpo que ele canta.

“As pedras pernoitam no ser” (pág. 12). Este é para mim um dos mais belos versos do livro, e aquele que em definitivo faz a ponte entre a ficção e a realidade. O ar que me rodeia envolve-se na atmosfera deste ser, principiando a fusão entre mim e o ser, até ao ponto de não haver nada que nos afaste. Um útero onde o silêncio crepita com o suave afago da mão poética que o cobre.

Mas eis que a poeta não pode evitar que a natureza humana interfira neste mundo aparentemente feérico. Sem macular a paz instalada, dá o alerta de que “As palavras disfarçam armadilhas rigorosas” (pág. 13). Sabe-se que a beleza tem asas nas costas e mel na língua. No entanto, a poeta reconhece as sombras que se instalam, prevenindo-me para os cuidados a ter no caminho.

A referência à “solidão”, na página seguinte, vem confirmar esta certeza de que até num mundo perfeito há espaço para que o indivíduo reflicta diante de si mesmo, mirando-se ora no espelho do que deseja, ora no poço do que teme. Contudo, nenhuma solidão está satisfeita sem amor, e logo a autora nos fala dessa vivência mais à frente. Note-se como essa emoção é personalizada com a expressão “no teu rosto imenso e breve”. De um corpo até aqui informe, com o qual confundi o meu, ao ler, vejo o meu próprio rosto no que leio.

Segue-se naturalmente a alusão a tudo o que perece. Embora o poema cumpra o ciclo do nascimento, da vida, e da morte, não imita o quotidiano que vivemos; antes porém o anula, subtraindo-lhe urbanidade, para assim destacar pontos de luz que diariamente apagamos. Essa iluminação aumenta quando o poema refere os “poemas que assomavam”. Não se trata, a meu ver, de figura de estilo ou pleonasmo. A autora duplica, faz gerar um verso noutro verso, uma água em múltiplas águas, causando uma sensação de liberdade e vento, até que “um rio te revolve”.

“Costumo levantar-me cedo para escrever as aves”, é outro belíssimo verso deste livro. O escritor recebe em si o voo que o espanta, e usa as mãos para libertar de novo as pombas benignas, “louvando a beleza frágil”, “na flor matinal da perfeição”.

Surgem entretanto alguns “deuses” que, pela noite, velam as actividades indispensáveis à continuação do poema. Imagens dolorosas dão lugar a ânimo, como se nunca tivesse escurecido e a manhã crescesse ao longo do tempo, na perseguição da “flor perfeita”. Esta flor é a própria Maria do Sameiro Barroso, ou essa confirmação não chegasse, quando diz: “Sou tão viva e exacta como as quimeras que me moldam”.


Alice Macedo Campos
18 de Setembro de 2013

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Minho Jornal, 6 de Agosto de 2013


LINK para a notícia, no Minho Jornal, da apresentação de "Luas de Gengibre" de Maria do Sameiro Barroso, em S. Vicente, Braga


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Apresentação do livro "Luas de Gengibre" de Maria do Sameiro Barroso

No dia 19 de setembro de 2013, pelas 21h30, o Dr. Domingos Alves apresentará o livro de poesia "Luas de Gengibre" de Maria do Sameiro Barroso, na Biblioteca Dr. Domingos Alves, em S. Vicente, Braga.






sábado, 13 de julho de 2013

Nova biblioteca de S. Vicente promove cidadania activa


Jorge Pires, presidente da Junta de Freguesia de S. Vicente presidiu à inauguração, no passado dia 12 de Julho, da biblioteca Dr. Domingos Alves, instalada no Centro Cívico de S. Vicente.




O chefe do executivo vicentino lembrou aos presentes na cerimónia que a criação desta estrutura cultural não custou um cêntimo que fosse. “Os livros foram amavelmente cedidos por algumas bibliotecas escolares e outras e também por cidadãos amantes da cultura e dos livros.
As estantes foram também cedidas pela escola Sá de Miranda. Tudo foi aproveitado e não gastamos qualquer quantia do erário público. Agora queremos dar vida a esta estrutura e para isso pretendo que todos os vicentinos usem e usufruam desta biblioteca e deste Centro Cívico porque isto é dos vicentinos, independentemente do executivo que cá estiver”, salientou o autarca.
Por seu lado, Domingos Alves, vogal para a Educação e Cultura da Junta de S. Vicente e patrono desta nova estrutura cultural da freguesia, salientou o trabalho feito, desde a ideia (2011) até à sua concretização. “Ainda não está acabada, este foi seguramente o primeiro passo.
Os seguintes serão a ligação via online à biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, com quem temos vindo a trabalhar em estreita colaboração, para além de outras estruturas culturais da cidade. O passo seguinte será, certamente, as pessoas usarem esta nova biblioteca e retirar os livros das estantes e desfrutarem da leitura dos cerca de 1200 volumes que existem na biblioteca”.




Na cerimónia de inauguração foram ainda convidados a falar Ilda Carneiro, vereadora da Cultura de Câmara Municipal de Braga, Fausto Farinha, (director da escola Sá de Miranda), Aida Alves (directora da biblioteca Lúcio Craveiro da Silva), sr Costa, em nome da extinta tipografia Barbosa e Xavier (entidade que se associou a esta ideia desde a primeira hora), Carlos Aguiar Gomes (presidente da Associação Famílias), Elísio Araújo (bibliotecário da Universidade do Minho), Miguel Gonçalves (director da Faculdade de Filosofia de Braga) e José Marques (professor aposentado da Universidade do Porto e membro efectivo da Academia Portuguesa de História).
Todos os palestrantes foram unânimes em que a criação da biblioteca de S. Vicente constitui uma mais-valia para a freguesia. Uma palavra para o seu promotor (Domingos Alves) pelo incansável trabalho de persistência de alguma teimosia para que hoje a biblioteca fosse uma realidade. Foram igualmente evocados alguns vultos da literatura portuguesa, nomeadamente Padre António Vieira e Gil Vicente para salientar a importância inequívoca da leitura e dos livros na formação da personalidade dos cidadãos para uma intervenção mais activa na sociedade e a promoção da cidadania participativa.



















A cerimónia contou ainda com a presença dos membros do executivo vicentino, do presidente da assembleia de freguesia de S. Vicente Tony Reis, dos funcionários da Junta de Freguesia de S. Vicente, das associações que integram a comunidade em rede recentemente criada em S. Vicente e de muito público que fez questão de marcar presença na cerimónia de inauguração deste importante equipamento cultural de S. Vicente.


informação retirada de Junta de Freguesia de S. Vicente


sexta-feira, 12 de julho de 2013

Inauguração da Biblioteca da Freguesia de S. Vicente


Exmª Srª Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Braga, Drª Ilda Carneiro…

Minhas Senhoras e Meus Senhores:

Tudo começou em 12 de Maio, de 2011 quando ao passar junto das instalações da “Barbosa e Xavier”, aqui bem perto, na Rua Gabriel Pereira de Castro, deparei com algo que na altura me pareceu estranho: a famosa tipografia tinha fechado, segundo ali me informou o Sr. Costa, um dos novos proprietários. Perante os factos, e após me ter identificado como responsável pelo pelouro da Educação e Cultura do Executivo da Junta de Freguesia, logo lhe solicitei que antes de “mandar para a reciclagem” os livros e outro material que ali se encontravam, me permitisse uma “olhadela”, a fim de aproveitar tudo o que fosse útil para a criação de uma futura biblioteca de S. Vicente. Muito gentil, o Sr. Costa pôs-me completamente à vontade para “levar tudo o que quisesse, excepto os livros que estivessem devidamente assinalados para ficar…” Foi o que fiz, com a anuência e todo o apoio dos meus colegas de Executivo. De então para cá, as ofertas de livros têm sido múltiplas e variadas por parte, quer de particulares, quer de instituições, de modo que, podemos convictamente dizê-lo, neste momento está criada, de facto, a biblioteca de S. Vicente. Já agora, permitam-me que, muito gostosa e agradecidamente, refira alguns dos amigos, para além de outros que, entretanto, continuam a contribuir para o seu enriquecimento:

Começo pela direcção da Esc. Sec. de Sá de Miranda, representada pelo Senhor Director, Dr. Fausto Farinha, a quem o Executivo da Junta de Freguesia está muito reconhecido, não só pela gratuita cedência do magnífico imóvel onde presentemente estão expostas as obras, como também pela oferta de vários volumes excedentários da maravilhosa biblioteca da Esc. Sá de Miranda, e a cuja responsável, Drª Cândida Filomena, também aqui presente, igualmente muito agradecemos a simpatia e pronta disponibilidade desde a primeira hora;

Ao Prof. Doutor Alves Pires, professor na Fac/Fil., meu grande amigo e máximo responsável pela biblioteca da Casa de Soutelo, os nossos sinceros agradecimentos pelos excelentes e variados livros que teve a gentileza de nos doar;

Ao Prof. Doutor Viriato Capela, catedrático da Univ. do Minho, com a oferta de quatro magníficas obras sobre Braga e o seu distrito;

À Câmara Municipal de Braga, através da Divisão da Cultura, na pessoa da Srª Vereadora Drª Ilda Carneiro, igualmente os nossos agradecimentos pelos volumes cedidos;

Ao Sr. Dr. Carlos Aguiar Gomes, presidente da Associação Famílias; à Srª Drª Isabel Costa, do agrupamento de Escolas de Maximinos; à Srª Drª Eduarda Simões, minha ilustre colega na Esc. Sá de Miranda; à Drª Maria José Simões, profª do ensino secundário na Esc. Alcaide de Faria; à Srª D. Catarina Costa, de S. Lázaro; ao Sr. José Carneiro, da Equipa de Voluntariado de S. Vicente; ao ilustre vicentino Sr. Ferros; e a muitos outros que, individualmente ou através de instituições credíveis, já nos mostraram toda a disponibilidade para connosco colaborarem no enriquecimento da biblioteca de S. Vicente.

Permitam-me, ainda, por ser da mais elementar justiça que enalteça, aqui e agora, o inestimável contributo do Sr. Elísio de Araújo, da Biblioteca Pública de Braga, cuja boa vontade e competência técnica nos têm sido, e por certo continuarão a ser, absolutamente decisivas, bem como declarado apoio da Srª Directora da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, Drª Aida Alves para que, futuramente, as duas instituições tenham a possibilidade de ficar ligadas em rede, via on-line.

Minhas senhoras e meus senhores:

Independentemente dos notáveis avanços tecnológicos e do recurso à internet (por vezes, quase diria, obsessivo), o livro continuará a ser, tanto um bom amigo, como um dos melhores e mais eficazes veículos da nossa cultura. Não é, pois, a despropósito, bem pelo contrário, que a importância da leitura, nas palavras de Pedro Cerqueira que, com a devida vénia aqui reproduzo, “é reconhecida pela União Europeia e organizações internacionais, como a OCDE e a UNESCO, que a consideram um alicerce da sociedade do conhecimento, indispensável ao desenvolvimento sustentado. Os responsáveis pelo Plano Nacional de Leitura afirmam que a leitura é fundamental para formar cidadãos com elevados níveis de autonomia, com plena consciência de si próprios e dos outros, para poder tomar decisões face à complexidade do mundo actual, para exercer uma cidadania activa. Determinante no desenvolvimento cognitivo, na formação de juízo critico, no acesso à informação, na expressão, no enriquecimento cultural e em tantos outros domínios, é encarada como uma competência básica que todos os indivíduos devem adquirir para poderem aprender, trabalhar e realizar-se no mundo contemporâneo.

Dada a importância da leitura para a formação e para a plena integração na sociedade de qualquer cidadão, é fundamental encontrar formas de incutir nas crianças e jovens hábitos de leitura. Este desiderato cabe a todos os intervenientes no progresso educativo, começando logo no pré-escolar (…)”, pelo que “é fundamental incutir muito cedo o gosto e os hábitos de leitura…”, fim de citação.

E é aqui, meus amigos, que as autarquias, nomeadamente as juntas de freguesia, poderão exercer um papel bem activo, até pela proximidade com as populações que servem, criando pequenas bibliotecas para os seus concidadãos, sobretudo os mais jovens, e assim complementarem as já existentes bibliotecas escolares. Quem não se lembrará, por ex., das famosas bibliotecas itinerantes da Gulbenkian, cujas carrinhas, sobretudo a partir da década de 50/60, percorriam o país de lés a lés, e onde em datas precisas, eram ansiosamente esperadas pelos miúdos, e às vezes até graúdos, emprestando livros a toda a gente?

Minhas senhoras e meus senhores, foi na defesa, justa e intransigente do livro e da leitura, que o Executivo da Junta de Freguesia de S. Vicente, com a ajuda de alguns bons amigos, como atrás referi, (faço aqui um breve parêntesis para igualmente estender os nossos agradecimentos ao Rui e ao Daniel, alunos da Esc. Sec. de Maximinos, que tive todo o gosto de acompanhar no estágio que aqui fizeram para complementar os seus cursos, e que praticamente fizeram os registos de todos estes livros) se lançou nesta tão árdua, como aliciante tarefa: a criação de uma biblioteca, hoje felizmente inaugurada, ainda que não olvidemos que este será, apenas, o primeiro passo de muitos outros que se seguirão… sem que, pelo menos até ao momento, tenha sido necessário despender sequer um cêntimo que fosse!...

Finalizo, citando esse grande vulto das letras portugueses, que foi o Padre António Vieira:

"O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive”.

Muito obrigado!

Braga, 12 de Julho, de 2013

Domingos Alves.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Junta de S. Vicente inaugura biblioteca no dia 12 de julho



A Junta de Freguesia de S. Vicente inaugura no próximo dia 12 de julho, pelas 18h30, no Centro Cívico de S. Vicente a sua biblioteca baptizada de Dr. Domingos Alves.
Com aproximadamente 1200 livros, a nova estrutura da Junta de S. Vicente possui vários tipos de livros, nomeadamente literatura infanto/juvenil, diversas monografias de freguesias e concelhos, dicionários temáticos, enciclopédias e outros.
Possui igualmente colecções de literatura científica, revistas de temática variada tais como fórum, bioética, diacrítica e outras.





informação retirada de Junta de Freguesia de S. Vicente